Derrota difícil de digerir para as hostes portuguesas. A Seleção nacional foi relativamente superior durante 120 minutos de jogo com vários elementos em destaque, e mostrou que existe qualidade e matéria prima para se baterem com as melhores seleções do mundo. A seleção francesa foi remetida ao seu meio-campo durante a maioria da partida, optando muitas vezes por sair em transições rápidas. Roberto Martinez decidiu repetir o 11 da última eliminatória, com a equipa a conseguir estar a um bom nível. Vitinha sai deste Euro super valorizado, tendo sido o melhor jogador português em prova a mandar no meio-campo e a espalhar classe. Nuno Mendes provou ser uma autêntica locomotiva do lado esquerdo e demonstrou segurança no lado defensivo – se continuar a este nível durante a temporada tem tudo para se afirmar como o melhor lateral do mundo. Pepe, mais uma vez, fez uma exibição memorável para a sua coleção e voltou a ser a grande referência defensiva de Portugal no alto dos seus 41 anos. Palhinha também foi importante nos duelos – é impressionante a sua capacidade de desarme – acabando por sair numa altura onde Portugal queria ter mais bola. Bernardo Silva também fez uma excelente exibição, alternando entre a ala e o meio-campo, mostrando sempre muita calma com bola e uma boa capacidade física para pressionar os jogadores franceses durante os 120 minutos. Rafael Leão, que foi a principal ameaça do conjunto português durante o 1º tempo (Martinez fixou-o na frente), esteve sempre colado à ala e a dar muito trabalho a Koundé. Deschamps foi obrigado a colocar Camavinga na ajuda ao lateral para poder estancar o extremo português. Menos bem esteve Bruno Fernandes. Apesar de toda a expetativa em torno do médio do United, Bruno Fernandes acabou por não estar ao nível desejado e foi substituído aos 70 minutos. Cristiano Ronaldo, o capitão português, voltou a realizar uma exibição paupérrima pela seleção nacional. Cristiano acabou por ser menos um naquela que foi a manobra portuguesa (não se movimenta no ataque, nem pressiona na defesa), sendo que fica a ideia que com um jogador mais fresco, Gonçalo Ramos ou Diogo Jota (o maior segredo de Portugal) na frente de ataque e que fosse capaz de fazer movimentos de rotura e aproximação dentro da área, o desfecho da partida poderia ter sido diferente. Félix fica associado à eliminação devido ao penálti falhado. No entanto, parece algo injusto ser o bode expiatório, pois quase não teve minutos em campo, está claramente numa fase má da carreira e não se entende o que Roberto Martínez pretendia com a sua entrada em vez de colocar Jota ou Neto. O técnico acabou por não o proteger, visto que já a sua convocação é algo controversa, ao invés de jogadores que tiveram grandes épocas (Pote). Para a França é mais uma passagem difícil e que coloca a nu as fragilidades da equipa francesa (facto incrivel como estão nas meias-finais sem qualquer golo de bola corrida no Euro). O grande destaque dos gauleses foi mesmo a entrada de Dembélé, que deu outro alento ao conjunto francês. É impressionante como ele, sempre que imprime velocidade, desequilibra o jogo, e o facto de ser ambidestro complica bastante a vida aos defesas. Mike Maignan teve 2 ou 3 intervenções de alto nível, que foram mantendo o nulo no resultado. Camavinga também esteve em destaque, tal como Kanté, que, apesar das dificuldades em controlar Vitinha, foi sempre um “bombeiro de serviço”. A dupla de centrais Saliba e Upamecano também esteve em destaque.
Portugal está fora do Euro 2024! A Seleção nacional perdeu frente à França no desempate de grandes penalidades (5-3) e termina assim a sua participação nesta competição. Num jogo com várias oportunidades de golo para os dois lados, o nulo nunca se desfez e foi mesmo preciso ir aos penáltis para chegar a um vencedor. No mata-mata das grandes penalidades, João Félix foi o único a falhar ao enviar a bola ao poste da baliza defendida por Maignan.
Imagem: Euro 2024