Um dos temas do momento no mundo do futebol é a estrutura da Equipa do Chelsea. Actualmente o plantel dos Blues está recheado de jogadores (43) e de grandes promessas , a pergunta que mais se faz é: Como é que o Chelsea vai fazer a gestão de tanto jogador e qual é a sua estratégia por de trás de tanta aquisição?
Hoje vou falar um pouco do que para mim é a visão de Todd Boehly (Presidente do Chelsea) e qual a minha opinião acerca deste projeto.
Neste momento, o Chelsea tem aplicado uma estratégia desportiva inovadora, porém bastante arriscada, que se assemelha àquela implementada pelo City Football Group, o grupo responsável pela gestão do Manchester City e de vários outros clubes ao redor do mundo. Contudo, ao contrário do modelo bem-sucedido do City, o Chelsea, sob a presidência de Todd Boehly, parece estar a inverter a ordem lógica das coisas, começando a construir este projeto pelo topo em vez de construir em primeiro uma base sólida.
O City Football Group estruturou o seu projeto desportivo através da aquisição de clubes em vários pontos estratégicos do mundo. Estes clubes funcionam como bases de desenvolvimento e recrutamento de jovens talentos, onde são lapidados com o objetivo de, eventualmente, integrarem o clube principal do projeto, o Manchester City. Esta abordagem tem o objetivo de formar uma núcleo que facilite o crescimento gradual dos jovens craques, minimizando o risco de estagnação ou de desvalorização.
Por outro lado, o Chelsea, sob a direção de Todd Boehly, optou por começar pelo processo inverso. Em vez de inicialmente criar uma rede de clubes para sustentar a sua estratégia de recrutamento, o Chelsea tem optado por comprar bastantes jovens promessas do futebol mundial, oferecendo-lhes contratos de longa duração. A ideia é rotular estes atletas como apostas a longo prazo, o que também justifica os valores exorbitantes pagos por eles. Além disso, o clube ao estar aplicar estes contratos de longa duração, parece estar a tentar comprar tempo para, eventualmente, estabelecer acordos com outras academias e clubes afiliados onde possam colocar estes jogadores.
No entanto, esta estratégia apresenta riscos significativos. A decisão de começar pela aquisição de talentos, sem antes garantir uma infraestrutura solidificada que permita o desenvolvimento e a estabilidade destes jogadores, pode levar à desvalorização dos ativos. Se estes jovens não conseguirem estabilizar-se no Chelsea ou noutro clube afiliado, podem ver a sua evolução estagnada, o que acabaria por afetar negativamente o seu valor de mercado e o retorno do investimento feito pelo clube.
Um exemplo desta abordagem é a aquisição recente do Strasbourg, clube francês que já está a ser apontado como possível destino para alguns dos jovens contratados pelo Chelsea. No entanto, este movimento pode ser insuficiente se não houver uma rede mais ampla e consolidada que suporte o desenvolvimento contínuo dos jogadores.
Em resumo, o Chelsea parece estar a construir a sua casa começando pelo telhado, uma estratégia que, embora inovadora, pode ser demasiado arriscada.
O sucesso do modelo do City Football Group esteve na criação de uma base sólida de clubes que funcionam como alicerces para o desenvolvimento de talentos. Se o Chelsea não seguir uma linha de raciocínio semelhante, pode acabar por comprometer o futuro de muitos dos seus jovens jogadores e, consequentemente, o próprio futuro do clube.
Opinião do Leitor: Ruben Veiga
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