O Benfica sempre foi um clube conhecido pelas suas ambições e por a sua estrutura sólida e bem definida. No entanto, a atual temporada parece estar a ser afectada por uma divergência interna de ideias e que pode estae a prejudicar o clube. Este problema na minha opinião, é causado por duas visões distintas na formação da equipa e que faz levantar uma questão: será esta mistura de ideias a verdadeira origem da instabilidade do Benfica?
De um lado, temos as contratações feitas a pedido do treinador Roger Schmidt, como Pavlidis, Best, Barreiro e Kökçü jogadores contratados de mercados onde o treinador encarnado conhece bem, pois lá já passou. Estas aquisições refletem a filosofia e a estratégia de jogo que Schmidt deseja implementar. São jogadores escolhidos para irem de encontro ao seu estilo, com características específicas que ele acredita serem essenciais para o sucesso da sua equipa.
Por outro lado, temos as contratações feitas pela SAD Benfiquista, como Marcos Leonardo, Prestianni, Schjelderup e Rolleiser. Estes jogadores foram adquiridos com um olhar mais voltado para o futuro, com vista no potencial de desenvolvimento e no retorno financeiro.
Este choque de visões dentro do próprio clube pode ser, na minha opinião a origem da instabilidade que se faz refletir neste momento em campo. Quando uma equipa é construída com base em duas filosofias diferentes, corre-se o risco de criar um grupo desequilibrado, onde nem todos os jogadores se encaixam perfeitamente no esquema do treinador. Isto pode levar a problemas de coesão, dificuldade de implementar uma identidade clara e, consequentemente, a resultados inconsistentes.
Além disso, esta dualidade na gestão das contratações pode afetar a confiança do treinador e dos jogadores, criando um ambiente de incerteza e frustração. Quando um treinador sente que não tem o total controlo sobre o plantel, a sua capacidade de liderar e inspirar a equipa pode ser comprometida. Da mesma forma, os jogadores podem ficar confusos sobre o seu papel e a sua importância dentro do grupo, afetando o seu próprio desempenho.
Portanto, a questão que fica é: até que ponto o Benfica pode pode almejar ao sucesso com esta mistura de ideias? Será que o clube está disposto a sacrificar a estabilidade a curto prazo em nome de um potencial sucesso a longo prazo? Ou será que esta abordagem mista está, na verdade, a colocar em risco tudo o que foi construído até agora?
O Benfica precisa encontrar uma forma de alinhar ambas as visões, ou corre o sério risco de continuar a viver momentos de instabilidade. A harmonia entre treinador e direção é fundamental para o sucesso de qualquer clube, e o Benfica não é exceção. O futuro dirá se esta abordagem resultará em uma equipa mais forte e versátil, ou se será o ponto fraco que os adversários aproveitarão para explorar.
Opinião do Leitor: Ruben Veiga
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