Vão voltar a dominar os próximos anos? Não eram os favoritos mas bastaram dois jogos para assustar todos os adversários. A verdade é que são a única seleção com um estilo de jogo bem definido e trabalhado ao longo dos anos, independentemente das gerações. Foram, de longe, a melhor equipa do campeonato, e este resultado é uma vitória do bom futebol. A qualidade de jogo na primeira parte foi baixa; a Espanha foi condicionada pela estratégia de Southgate, que colocou Foden constantemente em cima de Rodri, enquanto Walker tentava travar Nico. No segundo tempo, a La Roja foi novamente afetada, e Rodri saiu lesionado, dando lugar a Zubimendi. A substituição causou confusão nas marcações inglesas e deixou Olmo à vontade. De la Fuente criou condições para que Yamal tivesse espaço para brilhar e, numa grande jogada, assistiu Nico para o primeiro golo. Southgate acertou ao colocar Cole Palmer, que marcou um golaço contra a maré. Palmer volta a ser o suplente de luxo e talvez merecesse mais minutos. De la Fuente venceu novamente, com uma assistência de Cucurella (muito criticado por dar a titularidade ao jogador do Chelsea em vez de Grimaldo) para Oyarzabal (também saido do banco). Individualmente, Fabian Ruiz brilhou no meio-campo, Olmo criou muitos problemas, Carvajal teve uma bela exibição, e Cucurella deu continuidade a um grande torneio. E, claro, os jovens Nico e Yamal destacaram-se e fartaram-se de desequilibrar. Morata trabalhou muito mas teve dificuldades na ligação e combinação com os colegas. Do lado inglês, Pickford (apesar das limitações) acabou por ser o melhor, com várias defesas; Stones esteve bem, Palmer fez a diferença, Bellingham subiu o nível em relação aos outros jogos, e Saka, apesar de apagado hoje, foi o que mais brilhou durante o torneio. Já Kane (a maldição volta a atacar) e Foden tiveram um torneio para esquecer. Fica a ideia de que os ingleses precisam de mudança. Apesar de Southgate ter estado presente em duas finais de Europeu, não tem o necessário para dar o passo seguinte, deixando sempre a sensação de que só sabe correr atrás do prejuízo em vez de valorizar o talento à sua disposição.
Melhor jogador do torneio – Rodri – Bola de ouro? A La Roja destaca-se mais pelo coletivo, e Rodri fez muito por isso, merecendo já há muito uma distinção. O facto de ter uma postura discreta e jogar como médio mais defensivo faz com que não tenha tanto destaque mas o jogador tem uma capacidade fora do normal, dita o jogo, antecipa cenários e ainda marca golos decisivos. Curiosamente, hoje a equipa até melhorou sem ele. Dani Olmo, Fabian Ruiz, Nico e Yamal também eram candidatos válidos a este prémio.
Melhor Jovem do Torneio – Lamine Yamal – É um fenómeno e não há memória de alguém a fazer exibições tão decisivas a este nível com esta idade. O jovem começou o torneio com 16 anos e fica a ideia de que só falta saber quantos títulos e prémios individuais vai vencer.
Melhor Marcador – Dani Olmo – O médio espanhol marcou 3 golos, os mesmos que Musiala, Kane, Gakpo, Schranz e Mikautadze, mas venceu por ter feito mais assistências (2).
A Espanha é a campeã europeia ao bater a Inglaterra por 2-1. A primeira parte foi pobre, com a Espanha a ser condicionada pela estratégia da Inglaterra. No segundo tempo, logo aos 47 minutos, Lamine Yamal encontrou Nico Williams para o primeiro golo da partida. Saído do banco, Cole Palmer empatou o jogo com um grande golo aos 73′. Oyarzabal, também saído do banco, marcou o golo da vitória para a Espanha após um grande cruzamento de Cucurella aos 86 minutos. A La Roja é agora a maior vencedora da história dos Europeus, com 4 títulos (1964, 2008, 2012 e 2024). A seleção dos três leões voltou a não conseguir trazer “o futebol para casa”, perdendo pela segunda vez consecutiva na final e continuando sem vencer um título desde 1966.
Imagem: UEFA